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Um tema a três | Carga de uma existência

Nós sempre gostamos de conversar e compartilhar sobre tudo, do ponto de vista de cada uma, e agora te convidamos a conversar com a gente. Para tornar nosso blog ainda mais plural, esporadicamente nós três iremos escolher uma semana para postarmos algo sobre o mesmo tema. Sem frequência determinada, nem amarras das regras. ​​​​​​

 

Quando li o texto da Camila achei lindo e poético. Quando comecei a escrever o meu achei amargo e duro demais. Talvez a diferença esteja no fato dela ter escrito (também) sobre uma menina criança. Já eu me inspirei em uma mulher com 22 anos de idade.


Comecei a pensar em qual lugar ou momento me sinto confortável e livre por ser mulher e tudo ficou bem claro: é quando eu estou sozinha, comigo mesma, sem ninguém ou nada considerando, esperando ou analisando a minha existência através do gênero feminino e tudo que está ~intrínseco~ a esse gênero.


É somente quando estou sozinha que consigo, ao menos um pouco, existir como pessoa antes de existir e estar no mundo como mulher.


Sinceramente, muitas vezes sinto carregar uma carga quando estou em público sendo o que as pessoas esperam que eu seja. Sendo o que espero que as pessoas acreditem que sou.


Na rua não me sinto livre como mulher, na faculdade também não, nem entre minha família, entre amigos, ou na igreja, em bares, em festas e restaurantes. Nesses lugares sinto estar presa a um papel, e ao mesmo tempo em que isso é cômodo (porque assim faço minha parte esperada em sociedade e todos saem felizes), também é incomodo por causa de toda a carga que sinto: assédio, machismo, preconceito, opressão, cobranças, julgamento...esse pacote pesado de se carregar, que nos é entregue desde que somos meninas criança.


Eu gostaria muito de conseguir escrever sobre isso de forma linda e poética, mas é impossível quando não é dessa forma que me sinto. Eu também gostaria muito de me enxergar no mundo com a visão de uma criança, livre para dar piruetas, correr, brincar, gritar e ainda assim estar tudo bem. Mas não está mais tudo tão bem assim.



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